AUTOESTIMA NÃO É VAIDADE


            

             Quisera eu que a frase que dá título a essa crônica fosse minha, mas não é. E está bom em não ser, porque é do Domingos Oliveira em seu documentário Os oito magníficos e isso faz com que eu tenha algo a mais dele para admirar e refletir. Ter autoestima alta é fundamental para que a gente se ame e se cuide e assim, possa cuidar de quem amamos. Autoestima tem que ter porque gostar dos outros sem gostar de nós mesmos não dá – completa Domingos no mesmo documentário após a atriz Maria Ribeiro se queixar de, talvez, ter lido um texto dele por pura vaidade, já que ler bem é um de seus pontos fortes. O texto em questão comparava burrice com inteligência dizendo que é inteligente quem ama, pois o amor é generoso e faz com que a gente seja capaz de admirar o trabalho de outra pessoa que seja tão bom ou melhor que o nosso. Que essa admiração genuína proporciona trocas riquíssimas e nos faz mais humanos. Humildade é sinal de inteligência.
            Vaidade é outra coisa, em excesso talvez seja inclusive para disfarçar a incapacidade que algumas pessoas têm de gostarem de si mesmas, o que é uma burrice. Vaidade em excesso é sinônimo de baixa autoestima que gera inveja de quem é capaz de se amar e se valorizar, valorizando também, por consequência, tudo o que produz.  Ser invejoso é burrice e o burro não ama.



            Domingos diz que todos, burros e inteligentes merecem nossa compaixão porque contêm em si, o universo. E que o inteligente se reconhece como tal, enquanto que o burro ignora sua burrice. Que fique claro que inteligência, no contexto do epílogo lido por Maria não tem nenhuma relação com nível de escolaridade ou cultura, já que para ele alma é sinônimo de inteligência. Sendo assim, amar livremente quem somos faz com que não sejamos hipócritas e preconceituosos que julgam quem os outros são e a forma como amam. Amar é o grau mais elevado de inteligência e autoestima não é vaidade.

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